Objetivo: O objetivo deste estudo é pensar corretamente em como
devemos viver (Sócrates, A República, de Platão)?
Condição
humana: Ignorância: O conhecimento da Condição
humana se assemelha à luz de uma lanterna na escuridão de um Universo. Somos desconhecedores
de nossas causas primeiras e de nossos fins últimos. Nossa origem, crescimento,
esperanças, medos, amores e crenças são o resultado de causas que desconhecemos
plenamente, entre outras questões, se são ou não, acidentais. Existe, por
exemplo, vida após a morte? Uma vida individual pode continuar para lá da
sepultura? Uma pessoa só tem uma vida para viver? Pela Lei da Entropia: o sistema solar, todas as conquistas humanas, todos
os esforços de todas as idades, toda a devoção, toda a inspiração, todo o
brilho do gênio humano, estão condenados à extinção, a serem enterrados sob os
destroços de um universo em ruínas. É mesmo isto?
Teoria,
Argumentação, Acordo e Aceitação:
Definições
imprecisas e noções vagas: Nas ciências ditas “duras” (física,
química, matemática, biologia) há um vasto corpo de verdade estabelecida , que
nenhum cientista competente disputaria e que os principiantes têm de aprender a
dominar. Os desacordos entre eles e controvérsias para resolverem, decorrem
geralmente sobre o pano de fundo de um acordo substancial. Nas humanas,
incluindo a filosofia, quase tudo é controverso. Discordam até mesmo sobre
questões fundamentais. O porquê deste fato? (RACHELS, 2004, p.10). Devemos
atentar para a natureza da nossa Linguagem. Em grande parte nossas definições
são precárias, imprecisas e portanto nossas noções são vagas. Aceitando as
regras da lógica e utilizando definições precisas, podemos fazer nossas
racionalidades convergirem. Em grande parte, só não há acordo, porque os termos
não foram definidos. Se há definições de termos consensuada, pode se chegar há
muitos resultados em comum.
Imparcialidade: A
moral implica a consideração imparcial dos interesses de cada indivíduo.
(RACHELS, 2004, p.27).Em ética, provar algo é “...fornecer razões,
analisar argumentos, estabelecer e justificar princípios,...” (RACHELS, 2004,
p.70).
Evidência:
Para não regressarmos ao infinito é preciso partir de premissas que não
demandam justificativas e que portanto sejam evidentes. Entre as dificuldades
do acordo está a Falsa evidência: a pessoa pensa que a sua verdade é evidente
por si, não sendo necessário argumentos. O que define a Evidência?
Os juízos morais deve ser corretos, consistentes, adequados e sólidos:
Terem premissas verdadeiras e a conclusão resultar logicamente delas. (RACHELS,
2004, p.16).
Os juízos morais devem fundar em boas razões;
Os
interlocutores devem ser sensatos. Quem está disposto a doar ouvidos
à razão? As pessoas nem sempre estão muito interessadas em argumentações, ou em
aceitarem as conclusões da razão. Muitos valores e comportamentos não são
fundamentados em bases racionais. Quem está disposto a <<dar ouvidos à
razão>> mesmo quando isso significa ter de rever convicções prévias?
(RACHELS, 2004, p.32). Uma coisa é provar que uma ideia esteja correta, outra é
persuadir alguém a aceitar as provas. “Em ética é de esperar que as pessoas por
vezes recusem dar ouvidos à razão. Afinal de contas, a ética pode exigir a
realização de coisas que não queremos fazer, sendo, pois, muito previsível que
tentemos evitar ouvir as suas exigências.” (RACHELS, 2004, p.71).
Nosso desacordo pode acontecer tanto no nosso
sistemas de crenças quanto nos
nossos valores.” (RACHELS, 2004,
p.43) Por isto é necessário a dedicação à aumentar, pelo esforço e estudo, a
compreensão do “mundo conceitual compartilhado”. O que para uma pessoa é senso
comum é para outra uma ingênua banalidade.
Simplicidade:
“Do
ponto de vista teórico, quanto mais pequeno o número de princípios básicos
melhor. O ideal seria um princípio fundamental, a partir do qual derivasse tudo
o resto.” (RACHELS, 2004, p.125). “Um dos mais poderosos motivos na elaboração
de uma teoria é o desejo de simplicidade. Quando estamos empenhados em explicar
uma coisa, gostaríamos de descobrir uma explicação tão simples quanto
possível.” (RACHELS, 2004, p.107) “A capacidade da teoria para unir fenómenos
diversos sob um mesmo princípio explicativo é uma das suas grandes virtudes.
Cria ordem a partir do caos. Da mesma forma, quando pensamos sobre a conduta
humana, gostaríamos de descobrir um princípio para explicar tudo. Queremos uma
fórmula única e simples, se conseguirmos descobrir uma, capaz de unir os
diversos fenómenos do comportamento humano, da mesma forma que as fórmulas
simples na física unem fenómenos aparentemente diferentes.” (RACHELS, 2004,
p.107-8).
Não depender de concepções teológicas,
Não dá lugar a <<regras>>
inflexíveis.Resolver conflitos de interesse.
A moralidade
é concebida para se aplicar a casos em que há conflito de interesses. (
RACHELS, 2004, p.129)
Moralidade:
Não é agradar a Deus, uma fidelidade a um
tipo de código legado pela divindade,
Não é fidelidade a um conjunto de regras
abstratas ou inflexíveis;
A moralidade requer respeito absoluto pelos
direitos dos indivíduos. (RACHELS, 2004, p.121)
É o esforço de realizar o Sumo Bem: a maior
felicidade possível (as melhores consequências), para todos os seres senscientes
deste mundo. (RACHELS, 2004, p.136).
“...a moralidade é, pelo menos, o esforço
para orientar a nossa conduta pela razão – isto é, para fazer aquilo a favor do
qual existem melhores razões – dando simultaneamente a mesma importância aos
interesses de cada indivíduo que será afectado por aquilo que fazemos.”
(RACHELS, 2004, p.31)
Teorias
éticas:
Altruísmo vs egoísmo: “A moralidade
requer que sejamos altruístas. Até que
ponto devemos ser altruístas é uma questão de difícil resposta. (Várias
teorias morais foram criticadas ou por exigirem demasiado ou por pedirem
pouco.) Talvez não tenhamos de ser tão heróicos como Raoul Wallenberg, mas
espera-se, ainda assim, que estejamos atentos às necessidades dos outros pelo
menos até certo ponto.” (RACHELS, 2004, p.98).
Epistemologia: Traçar a fronteira. O problema de fundo está
justamente em responder com segurança, onde devemos traçar a fronteira.
A natureza da avaliação moral, dos juízos
morais são diferentes de meras expressões de preferência pessoal. Se alguém diz
<<eu gosto de café>>, não necessita ter uma razão para isso; poderá
estar a declarar o seu gosto pessoal e nada mais. Mas os juízos morais são
conclusões que requerem o apoio de razões, sendo na ausência dessas razões,
meramente arbitrários. Juízos morais são sustentados por razões.” (RACHELS,
2004, p.65)Uma verdade em ética é uma conclusão apoiada
por razões: a resposta correcta a uma questão moral é simplesmente a resposta
que tem do seu lado o peso da razão.”
(RACHELS, 2004, p.67) Na Ética: as ideias que devem prevalecer à
respeito de um assunto são as que tiverem as melhores razões do seu lado. As
verdades morais são verdades da razão; isto é, um juízo moral é verdadeiro se
for sustentado por razões melhores que os juízos alternativos. (RACHELS, 2004,
p.10)
Como chegar num acordo quanto ao que seja as
melhores razões?
Epistemologia: Paradigma: A ciência fornece o
nosso paradigma de objetividade. (RACHELS, 2004, p.68)
Culturas diferentes têm códigos morais em
parte diferentes em parte iguais,Devemos fazer o que melhor promover os
interesses de todos;” (RACHELS, 2004, p.121).
“Se podemos beneficiar alguém sem fazer mal a
outra pessoa, devemos fazê-lo.” (RACHELS, 2004, p.16)
“Estar vivo só é um benefício quando permite a
alguém realizar atividades e ter pensamentos, sentimentos, e relações com
outras pessoas – por outras palavras, se permite a alguém ter uma vida.” (RACHELS, 2004, p.16)
Matar existências reduzidas ao
sofrimento, é um ato de misericórdia. Mas a única pessoa capaz de decidir se
este é o caso da sua vida, é a própria pessoa. (RACHELS, 2004, p.23-24)
Devem ser salvas tantas vidas quanto
possível.
Não devemos <<usar>> as pessoas.
É errado usar pessoas como meios para os fins de outras pessoas;É errado matar uma pessoa para salvar outra;Toda a vida humana tem igual valor moral,
independentemente da idade, raça, classe social ou deficiência. (RACHELS, 2004,
p.21)
Devemos fazer o que beneficie as pessoas
afectadas pelas nossas acções;...” (RACHELS, 2004, p.29)O dever de não fazer mal aos outros. Fazer o bem.
Por que fazer o bem? Fazer
o bem é vantajoso. “Seremos evitados e desprezados; os outros não quererão ser
nossos amigos nem nos farão favores quando precisamos. Se as nossas ofensas aos
outros forem muitas sérias, podemos até acabar na cadeia. Assim, evitar magoar
os outros é algo que nos beneficia a nós mesmos;” (RACHELS, 2004, p.125). E
mesmo que não beneficiasse, “...pois, apesar de poder ser usualmente vantajoso
evitar fazer mal aos outros, por vezes não o é.” (RACHELS, 2004, p.126)
No
comportamento, a intenção conta, mas sobretudo a ação. Essência vs aparência:
Comportamento:
Os reais motivos de uma ação importam, mas em última instância são inacessíveis
ao Outro. Em primeira mão, o que temos para avaliar é o comportamento. Se
nunca somos o que somos, se nossos motivos são escusos, se o comportamento
altruísta está na realidade ligado a coisas como o desejo de ter uma vida mais
significativa, o desejo de reconhecimento público, sentimentos de satisfação
pessoal e a esperança de uma recompensa divina é por vezes quase impossível
saber, portanto, o que mais importa é a ação, o comportamento.
Nem sempre fazemos o que nos faz sentir
bem. “Não teria tido paz de espírito durante o resto do dia se tivesse
deixado aquela velha porca em sofrimento por causa dos porquinhos. Fi-lo para
obter paz de espírito, percebe?” (RACHELS, 2004, p.106) ” (RACHELS, 2004,
p.40).
Desejo
e interesse: “Por vezes fazemos coisas que não queremos
fazer, porque são um meio necessário para um fim que queremos atingir, por
exemplo, não queremos ir ao dentista, mas vamos no mesmo para evitar dor de
dentes.” (RACHELS, 2004, p.104).
Móbile
da ação: Os móbiles da ação são os mais variados, “As pessoas agem por
avidez, fúria, luxúria, amor e ódio. Fazem certas coisas porque estão
assustadas, ciumentas, curiosas, felizes, preocupadas e inspiradas. Por vezes
são egoístas e por vezes generosas. Por vezes são mesmo heróicas.” (RACHELS,
2004, p.113)
Epistemologia:
materialismo vs idealismo:
materialismo: Os fatos existem independentemente dos nossos desejos.
Muita coisa
em questão: Há
que fazermos algumas distinções. Há teorias da natureza humana, estudo de como
as pessoas realmente se comportam e
teorias normativas sobre o devir humano, uma teoria sobre como devemos comportar-nos, assim como há teoria
sobre a natureza da moralidade.
Egoísmo
psicológico:
Segundo o egoísmo psicológico, todas as
acções humanas são motivadas pelo egoísmo. Podemos acreditar que somos
nobres e abnegados, mas isso é uma ilusão. Na verdade importamo-nos apenas
conosco mesmos. Ninguém é jamais verdadeiramente altruísta. (RACHELS, 2004,
p.99) O egoísmo psicológico afirma que as pessoas de facto lutam pelos seus
próprios interesses. (RACHELS, 2004, p.117).
Egoísmo ético: obrigação de lutar pelos
seus próprios interesses. “Alcançar a sua própria felicidade é o objetivo moral
mais elevado do ser humano.” AYN RAND, The
Virtue of Selfishness (1961)
Emotivismo: segunda fase do
subjetivismo: Segundo o emotivismo, a linguagem moral não é uma linguagem de
afirmação de factos. Os juízos morais não são como afirmações verdadeiras ou
falsas.(RACHELS, 2004, p.63).
Relativismo
cultural:
A moralidade, os hábitos que uma sociedade aprova, varia em todas as sociedades.
Culturas diferentes têm códigos morais diferentes. O que se pensa ser correto
num grupo pode ser inteiramente odioso para os membros de outro grupo e
vice-versa. O código moral da nossa própria sociedade não tem estatuto
especial, é apenas um entre muitos. (RACHELS, 2004, p.34-35). Não há uma
<<verdade universal>> em ética, isto é não há verdades morais
aceitas por todos os povos em todos os tempos. Certo e errado são apenas
questões de opnião e as opiniões variam de cultura para cultura.” “Em algumas
sociedades as pessoas acreditam que a Terra é plana. Noutras sociedades, como a
nossa, as pessoas acreditam que a Terra é (aproximadamente) esférica. Segue-se
daqui, do mero facto de as pessoas discordarem, que não há <<verdade
objectiva>> em geografia? Claro que não; nunca chegaríamos a tal
conclusão porque percebemos que, nas suas crenças sobre o mundo, os membros de
algumas sociedades podem simplesmente estar errados.” (RACHELS, 2004, p.39). A
analogia entre juízo moral e juízo ontológico procedem?
Subjetivismo
ético simples: a moralidade é uma questão de sentimento e não de fato. (David Hume) (RACHELS,
2004, p.58). “As pessoas têm opiniões diferentes, mas no que concerne à moral
não há <<factos>>, e ninguém está <<certo>>. As pessoas
simplesmente sentem de forma diferente, e é tudo.” (RACHELS, 2004, p.56) Nossas
opiniões morais se baseiam nos nossos sentimentos e nada mais. Nessa
perspectiva, o <<objectivamente>> certo ou errado é coisa que não
existe. É um facto que algumas pessoas são homossexuais e outras
heterossexuais; mas não é um facto que uma coisa seja boa ou má.” (RACHELS,
2004, p.57),
Utilitarismo
clássico: “O
utilitarismo clássico, a teoria de Bentham e Mill, pode ser resumido em três
proposições: Primeiro, deve-se julgar que as acções são moralmente certas ou
erradas somente em função das suas consequências. Nada mais importa. Segundo,
ao avaliar as consequências, a única coisa que interessa é a quantidade de
felicidade ou infelicidade criada. Tudo o mais é irrelevante. Terceiro, a
felicidade de cada pessoa conta da mesma maneira. Como explica Mill, a felicidade que forma o padrão
utilitarista do que é correcto na conduta não é a felicidade do próprio agente,
mas a de todos os implicados. Entre a felicidade do agente e a dos outros, o
utilitarismo exige que o agente seja tão estritamente imparcial como um
espectador desinteressado e benévolo. Assim, as acções correctas são as que
produzem o maior equilíbrio possível de felicidade e infelicidade, sendo a
felicidade de cada pessoa contabilizada como igualmente importante.” (RACHELS,
2004, p.152). O utilitarismo faz diante de um problema a seguinte pergunta: tendo
em conta as alternativas à dispor, qual delas teria as melhores consequências
globais? Qual acção produziria o maior equilíbrio entre felicidade e
infelicidade para todos os envolvidos? (RACHELS, 2004, p.140).
Certo e
errado: Como podemos julgar as ações como certas ou erradas? Aprendemos a receitar
alguns tipos de conduta e a rejeitar outros, mas nem sempre sabemos o porquê. (RACHELS,
2004, p.53) Muitas das nossas práticas, objetivamente falando, não podem ser
classificadas como corretas ou incorretas pois não podem ser consideradas como
um costume melhor ou pior. (RACHELS, 2004, p. 53). Há uma medida de certo e
errado, além dos padrões de uma sociedade, além dos hábitos de uma população. Os
nossos valores são mais que a expressão dos nossos sentimentos subjetivos. As
nossas preferências morais estão fundadas em partes nas particularidades
exclusivas da nossa sociedade, mas também em parte, numa espécie de padrão
racional universal. “A verdade moral é objetiva e universal.” (RACHELS, 2004,
p.36). “O argumento utilitarista é bastante simples. Devemos julgar as acções
como certas ou erradas conforme causam mais felicidade ou infelicidade. Devemos
sopesar o bem e o mal e coloca-los na balança. Mas o que fazer diante do erro?
O errado deve ser sempre proibido? “...há uma diferença entre a) considerar uma
prática cultural deficiente; e b) pensar que deveríamos anunciar o facto,
dirigir uma campanha, aplicar pressão diplomática ou enviar o exército.”
(RACHELS, 2004, p.51).
Ética:
Fundamento: Razão: O fundamento da Ética é a Razão:
Premissas das
quais partimos:
Decisão: O
que deve nos guiar? Decisão: Como construir um guia para as pessoas comuns assim como para
os legisladores, juízes e governantes, tomarem decisões
morais/jurídicas/políticas? No processo de decisão humano, quem deve tomar a
decisão e qual deve ser a decisão tomada? (RACHELS, 2004, p.20-21). Quando
temos que decidir para o outro incapaz de decidir: Podemos adotar duas linhas
de orientações razoáveis. Primeiro, podemos perguntar-nos: O que serviria melhor os seus interesses?” (RACHELS, 2004, p.17) “A
segunda linha de orientação apela para as preferências da própria pessoa.
Poderíamos perguntar: Se pudesse
dizer-nos o que quer, que diria ela? Este tipo de pensamento é
frequentemente útil quando lidamos com pessoas que sabemos terem preferências
mas são incapazes de exprimi-las (por exemplo, um paciente em coma que assinou
um testamento).” (RACHELS, 2004, p.18). Decisão:
A “dureza” da vida e o tamanho da margem de manobra interferem nas decisões de
um povo. (RACHELS, 2004, p.45)
Certo e
errado: Dever(???): Temos, de fato, quaisquer deveres “naturais” para com as outras
pessoas? “Temos deveres <<naturais>> para com os outros simplesmente porque são pessoas que podem
ser auxiliadas ou prejudicadas pelo que nós fazemos. Se uma dada ação
favorecesse (ou prejudicasse) outras pessoas, isso seria uma razão para
devermos (ou não devermos) realizar essa ação. O pressuposto de senso comum é
que, do ponto de vista moral, os interesses das outras pessoas contam por si.
Humanos e
não-humanos:
A comunidade moral tem de ser alargada para incluir todas as criaturas cujos
interesses são afectados pelo que fazemos. (utilitarismo) Somos apenas uma
espécie entre muitas que habitam este planeta. (RACHELS, 2004, p.149). Entre os
humanos e não-humanos há muitas diferenças e semelhanças: os animais
não-humanos: criaturas sensíveis e inteligentes e se não possem razão, fala ou
alma, possuem sensciência, capacidade de sofrer. Sensciência: ser capaz de ter
experiência de felicidade, infelicidade, prazer, dor, sofrimento. “A questão
não é saber se podem usar a razão ou
se podem falar mas antes se podem sofrer.” Bentham (RACHELS, 2004,
p.145) O nosso tratamento dos animais não-humanos é profundamente incorrecto.”
(RACHELS, 2004, p.146). O sistema de produção de carne causa grande sofrimento
aos animais. Não precisamos de comer carne, as refeições vegetarianas fornecem
os nutrientes necessários para nossa longevidade e saúde. Devemos deixar de
comê-los e tornar-nos vegetarianos, assim como deixarmos de utilizá-lo para experiências,
peles (roupas), adornos (cabeças), divertimento (zoológicos, touradas; caçada),
ou seja tratá-los com igual direito à consideração moral, dando-lhes tratamento
adequado à natureza de cada ser. (RACHELS, 2004, p.145- 149)
Bíblia: Há pelo menos dois
problemas em confiar no texto literal para orientação. Um dos problemas é
prático e o outro é teórico. O problema prático é que os textos sagrados,
especialmente os mais antigos, dão-nos muito mais do que pedimos em algumas
ocasiões e muito menos em outras. “A Bíblia contém uma série de preceitos
gerais, como a ordem de amar o nosso próximo e tratar os outros como
gostaríamos de ser tratados, que podem ser considerados relevantes para várias
questões. Mas, apesar de valiosos, esses preceitos não dão respostas precisas
sobre qual deve ser exatamente a nossa posição sobre os direitos dos
trabalhadores, a extinção das espécies, o financiamento da investigação médica,
etc.” (RACHELS, 2004, p.91) Por outro lado vemos, por exemplo em Levítico, que
ela proíbe a homossexualidade, fornece instruções pormenorizadas para tratar a
lepra, requisitos detalhados sobre sacrifícios pelo fogo e procedimentos
complexos para lidar com mulheres menstruadas. Há um número surpreendente de
regras sobre as filhas de sacerdotes, inclusivamente a anotação de que se a
filha de um sacerdote <<se prostituir>> deverá ser queimada viva
(21:9). O Levítico proíbe a ingestão de gorduras (7:23), proíbe uma mulher de
ir à missa até 42 dias depois de dar à luz (12:4-5) e proíbe ainda ver o nosso
tio despido. Esta última circunstância é, por acaso, igualmente chamada de abominação
(18:14, 26). Diz também que a barba deve ter uma forma quadrada (19:27) e que
devemos comprar escravos em Estados vizinhos (25:44). Há muito mais, mas isto
basta para ilustrar a ideia.” (RACHELS, 2004, p.75). O problema teórico é que
com frequência algumas palavras são destacadas de uma passagem relacionada com
algo completamente diverso da questão em presença, e essas palavras são então
interpretadas de uma forma que apoia uma posição moral da nossa preferência.
Quando isto acontece é correcto dizer que uma pessoa está a <<seguir os
ensinamentos morais da Bíblia>>? Ou será mais correcto dizer que essa
pessoa está a procurar nas Escrituras apoio moral para o ponto de vista que
pensa de antemão estar correcto, projetando então a conclusão desejada nas
Escrituras?” (RACHELS, 2004, p.93)
Valores: tolerância: disposição a viver em
cooperação pacífica com quem encara as coisas de forma diferente. (RACHELS,
2004, p.51)
Falibilidade:
O homem é falível na aplicação da razão: “Podemos enganar-nos sobre o que é bom ou mau
porque podemos estar enganados sobre o que a razão recomenda. A razão diz o que
diz, alheia às nossas opiniões e desejos.” (RACHELS, 2004, p.67) Como saber se
estamos certos ou não?
Lei e
moralidade: A finalidade da lei é a mesma da moralidade: deve promover o
bem-estar de todos os cidadãos. Bentham considerava óbvio que se a lei deve servir
este propósito, não deve restringir a liberdade dos cidadãos mais do que o
necessário. Em particular, nenhum tipo de atividade deve ser proibido, a menos
que, ao realizá-lo, uma pessoa prejudique os outros. Bentham opunha-se, por
exemplo, as leis regulando a conduta sexual <<consentida entre
adultos>>, porque esta conduta não prejudica terceiros, e porque tais
leis diminuem a felicidade em vez de a aumentar. Mas foi Mill quem deu a este
princípio a sua expressão mais eloquente, quando escreveu no seu ensaio Sobre a Liberdade (1859): O único fim para a realização do qual a
humanidade está autorizada, individual e colectivamente, a interferir com a
liberdade de acção de qualquer um dos seus membros, é a autodefesa. O único
propósito para a realização do qual o poder deve ser devidamente exercido sobre
qualquer membro de uma comunidade civilizada, contra a sua vontade, é prevenir
que seja feito mal a outros. O seu próprio bem, físico ou moral, não é garantia
suficiente [...] Sobre si mesmo, sobre o seu corpo e espírito, o indivíduo é
soberano. Desta forma, para os
utilitaristas clássicos, as leis proibindo a eutanásia não são apenas
contrárias ao bem-estar geral, são igualmente restrições injustificáveis sobre
o direito das pessoas de controlar as suas próprias vidas.” (RACHELS, 2004,
p.142) “...a eutanásia, ou o suicídio assistido, deveria estar disponível
quando solicitada.” (RACHELS, 2004, p.142)
Linguagem:
Funções da linguagem: a linguagem é usada de várias maneiras: afirmação de factos, ou do que
pensamos serem factos. Dar ordens: <<Fecha a porta!>> Esta elocução
não é verdadeira nem falsa. O seu propósito não é transmitir informação; é
levar alguém a fazer qualquer coisa. Não está tentando alterar as crenças de
alguém; mas sim tentando influenciar-lhe a conduta.” (RACHELS, 2004, p.61) “É
preciso notar claramente a diferença entre relatar
uma atitude e exprimir essa mesma atitude.”
(RACHELS, 2004, p.62)
Meio e fim:
Fim: Sumo bem: Felicidade: todos os senscientes: “Primeiro, imaginamos a
possibilidade de um determinado estado de coisas que gostaríamos de ver
concretizado – um estado de coisas no qual todas as pessoas sejam tão felizes e
abastadas quanto possível: De acordo com
o princípio da maior felicidade [...] o fim último, relativamente ao qual e em
função do qual todas as outras coisas são desejáveis (quer consideremos o nosso
próprio bem quer o bem de outras pessoas), é uma existência tanto quanto
possível isenta de dor, e tão rica quanto possível de prazeres.” (RACHELS,
2004, p.137). “...garantida a toda a Humanidade, e não apenas a ela, mas tanto
quanto a natureza das coisas o permite, a todas as criaturas sencientes.”
(RACHELS, 2004, p.137). “Ao decidir o que fazer, devemos, pois, perguntar qual
o curso de acção que irá promover a maior felicidade para todos os que serão
afectados pelos nossos actos. A moralidade exige que façamos o que é melhor
desse ponto de vista.” (RACHELS, 2004, p.138). “Quem poderia contestar a
proposição de que devemos opor-nos ao sofrimento e promover a felicidade?”
(RACHELS, 2004, p.138). “A doutrina utilitarista consiste nisto: a felicidade é
desejável, e a única coisa desejável, enquanto finalidade; todas as outras
coisas são desejáveis como meios para esse fim.” <<o fim não justifica os
meios>>. <<o que os justifica?>>. Nada! Ou os próprios meios?
“Valorizamos por si mesmas todo o tipo de coisas, como a criatividade artística
e a amizade.” (RACHELS, 2004, p.154). Valor:
Felicidade. Negativo: ridiculariza à
distância, sem que eu nunca saiba. É isto um infortúnio para si? O
hedonismo teria de responder que não, porque não lhe é causada qualquer
infelicidade. Mas apesar disso sentimos que há algo errado nisto. O leitor
pensa ter um amigo, e está a <<ser ridicularizado>>, apesar de nada
saber e não sofrer qualquer infelicidade.” (RACHELS, 2004, p.154) Valor:
Felicidade: A felicidade importa mas não
é a única coisa que importa. A pergunta <<Que coisas são
boas?>> é diferente da pergunta <<Que acções são corretas?>>,
mas o utilitarismo responde à segunda remetendo para a primeira. As acções
correctas, afirma o utilitarismo, são as que produzem o maior bem. Mas o que é
bem? A resposta utilitarista clássica é <<uma coisa e só uma coisa – a
felicidade>>. Como Mill afirmou, <<a doutrina utilitarista consiste
nisto: a felicidade é desejável, e a única coisa desejável, enquanto
finalidade; todas as outras coisas são desejáveis como meios para esse
fim>>. A ideia de que a
felicidade é o bem último (e a infelicidade o mal último) é conhecida como
hedonismo. O hedonismo é uma teoria popular e duradoura cuja origem remonta
pelo menos à Grécia Antiga. Sempre foi atraente por causa da sua simplicidade
bela e porque exprime a noção intuitivamente plausível de que as coisas são
boas ou más de acordo com a forma como nos fazem sentir.” (RACHELS, 2004, p.153)
Natureza e
Cultura: Fato e Valor: Ser e dever ser: Teoria da Lei Natural: O que é Natureza? Quando a
natureza deve seguir o seu curso? À exceção da Igreja católica, a teoria da lei
natural tem poucos defensores hoje em dia. É geralmente rejeitada por duas
razões. Primeiro, parece envolver uma confusão entre <<ser>> e
<<dever ser>>. No século XVIII David Hume sublinhou que o que é e o que deve ser são noções diferentes do ponto de vista lógico, e
nenhuma conclusão sobre uma se segue da outra.” (RACHELS, 2004, p.88). “Os
factos são uma coisa; os valores são outra. A teoria da lei natural parece
fundi-los.” (RACHELS, 2004, p.88). A teoria da lei natural apoia-se numa certa
concepção do mundo “Aristóteles incorporou esta ideia no seu sistema de
pensamento por volta do ano 350 a.C. quando afirmou que, para compreender o que
quer que seja, se deve fazer quatro perguntas: O que é? De que é feito? Como
chegou à existência? E para que serve? (As respostas poderiam ser: Isto é uma
faca, é feita de metal, foi fabricada por um artesão e é usada para cortar.)
Aristóteles pressupôs que a última pergunta – para que serve? – podia ser
sensatamente colocada a propósito do que quer que fosse. <<A
natureza>>, afirmou, <<pertence à classe de causas que agem para um
fim>>.” (RACHELS, 2004, p.85) Ética:
Ontologia: Fato e valor: Graus ontológicos de existência: Física-química-biologia: Como descrever
o mundo atual, nunca perspectiva científica, de modo que possamos falar em
“fatos” sobre o certo e o errado? Existir, o que é? O que existe? Quais as
naturezas dos existentes? Todo existente é um fato? Então, quantas e quais
naturezas possuem os fatos? Existirão fatos morais? Podemos provar que o mundo
é redondo, que não existe o maior número primo e que os dinossauros viveram
antes dos serem humanos. Mas poderemos provar que o aborto é certo ou errado?”
(RACHELS, 2004, p.68). “Os valores não são o tipo de coisas que possam existir
como existem as estrelas e os planetas. Portanto não há factos morais da mesma
maneira que há factos sobre estrelas e planetas. (RACHELS, 2004, p.67).
Todas as
culturas têm alguns valores em comum. Certo e errado: Semelhança e diferença:
Universalidade de fato, universalidade da expectativa: “Há aqui uma conclusão
teórica geral, a saber, há algumas regras
morais que todas as sociedades têm em comum, pois essas regras são necessárias
para a sociedade poder existir. As regras contra a mentira e o homicídio
são dois exemplos disso, pois, de facto, encontramos estas regras instituídas
em todas as culturas viáveis.” (RACHELS,
2004, p.47).
Valor:
Igualdade: Teorias racistas e especistas não são éticas porque negam a
igualdade e o argumento que nega a igualdade de consideração ética será
considerado logicamente arbitrário, portanto inaceitável. “Há toda uma família de
perspectivas morais que têm em comum o seguinte: Todas implicam dividir as
pessoas em grupos e em afirmar que os interesses de alguns grupos têm mais
importância do que os de outros. O racismo é o exemplo mais óbvio; o racismo
divide as pessoas em grupos segundo a raça e concede mais importância aos
interesses de uma raça de que aos outros. O resultado prático é que os membros
de uma raça são melhor tratados do que os outros. O anti-semitismo funciona da
mesma forma, e o nacionalismo também. As pessoas influenciadas por estas
perspectivas pensam, com efeito, que <<a minha raça é mais importante>>, <<os que acreditam na
minha religião são mais
importantes>> ou <<o meu país
é mais importante>>, e assim por diante.
Valor: A
Imparcialidade nos leva a concluir pela Igualdade: “O requisito da imparcialidade. (...) A ideia básica consiste em considerar os
interesses de cada indivíduo como igualmente importantes; do ponto de vista
moral, não há pessoas privilegiadas. Portanto, cada um de nós tem de reconhecer
que o bem-estar dos outros é tão importante como o nosso.” (RACHELS, 2004,
p.30) “O requisito de imparcialidade não é, pois, mais do que uma condenação da
arbitrariedade no tratamento das pessoas. É uma regra que nos proíbe de tratar
uma pessoa de forma diferente de outra quando
não há uma boa razão para o fazer.” (RACHELS, 2004, p.31) “Só podemos
justificar o tratamento diferenciado das pessoas se pudermos mostrar que há uma
diferença factual entre elas que seja relevante para justificar a diferença de
tratamento.” (RACHELS, 2004, p.132). “O egoísmo ético é uma teoria moral do
mesmo género. Advoga que cada pessoa divida o mundo em duas categorias de
pessoas – nós e todos os outros – e que encare os interesses do primeiro grupo
como mais importantes do que os interesses dos do segundo grupo. Mas, pode cada
um de nós perguntar, qual é afinal a diferença entre mim e todos os outros que
justifica colocar-me a mim mesmo nesta categoria especial? Serei mais
inteligente? Gozarei mais a minha vida? Serão as minhas realizações mais
notáveis? Terei necessidades e capacidades assim tão diferentes das
necessidades e capacidades dos outros? Em resumo, o que me torna tão especial? Ao não fornecer uma resposta, o
egoísmo ético revela-se uma doutrina arbitrária, no mesmo sentido em que o
racismo é arbitrário. Além de explicar a razão pela qual o egoísmo ético é
inaceitável, isto lança também alguma luz sobre a questão de saber por que
devemos importar-nos com os outros.” (RACHELS, 2004, p.133). “Devemos
importar-nos com os interesses das outras pessoas pela mesma razão que nos
importamos com os nossos; pois os seus desejos e necessidades são comparáveis
aos nossos. Consideremos, uma última vez, as crianças a morrer à fome que
poderíamos alimentar desistindo de alguns dos nossos luxos. Porque razão
deveríamos preocupar-nos com elas? (RACHELS, 2004, p.134) “Se não conseguimos
descobrir qualquer diferença relevante entre nós e eles, devemos então admitir
que se as nossas necessidades devem ser satisfeitas, então também as suas o
devem ser. É esta tomada de consciência, de que estamos em plano de igualdade
uns com os outros, que constitui a razão mais profunda pela qual a nossa
moralidade deve incluir algum reconhecimento das necessidades dos outros, e a
razão pela qual, portanto, o egoísmo ético fracassa enquanto teoria moral.”
(RACHELS, 2004, p.134)
Eu vs Outro: Equilíbrio: “...os nossos próprios interesses e os interesses dos
outros são ambos importantes e devem
ser sopesados. Por vezes, quando apoiamos os diferentes interesses, verificamos
que devemos agir em função dos interesses dos outros; outras vezes, verificamos
que devemos cuidar de nós mesmos.” (RACHELS, 2004, p.124). “Podemos pensar
nisto como a perspectiva de <<senso comum>> sobre a questão: a
moralidade supõe que equilibremos os nossos próprios interesses com os
interesses dos outros. É compreensível, naturalmente, que olhemos pelos nossos
próprios interesses, e ninguém pode ser acusado por atender às suas
necessidades básicas. Mas ao mesmo tempo as necessidades dos outros também são
importantes, e quando podemos ajudar os outros – especialmente quando isso não
representa grande sacrifício para nós mesmos – devemos fazê-lo.” (RACHELS,
2004, p.117)
Valor:
Caridade:??
“A caridade é, assim, o prazer de cada um na demonstração dos seus próprios
poderes. Um homem caridoso está a provar a si mesmo, e ao mundo, que possui
mais recursos que os outros: não é só capaz de cuidar de si mesmo, tem ainda o
suficiente para ajudar quantos não tem a mesma capacidade que ele. Por outras
palavras, está apenas a exibir a sua superioridade.” (RACHELS, 2004, p.101)
Caridade: “Essa é a razão pela qual os beneficiários da
<<caridade>> se mostram com tanta frequência ressentidos e não
gratos.” (RACHELS, 2004, p.120)
Valor:
Egoísmo, altruísmo, interesse próprio: “Porque não esquecer a <<ética>> e
preocuparmos-nos apenas conosco mesmos?” (RACHELS, 2004, p.80) Altruísta: O
altruísta obtêm satisfação no auxílio de outros. Importa com o que acontece aos outros.” (RACHELS, 2004, p.106). Também
deseja ver os outros felizes, e age segundo esse
desejo. (RACHELS, 2004, p.105) Já o egoísta apenas se preocupa com o seu
bem-estar e não pensa nos outros. Egoísmo
vs interesse próprio. As pessoas tendem a confundir egoísmo com interesse
próprio.“O comportamento egoísta é o comportamento que ignora os interesses
dos outros em circunstâncias nas quais não deviam ser ignorados. Assim, comer
uma refeição normal em circunstâncias normais não é egoísta (apesar de ser, sem
dúvida, do nosso interesse próprio); mas seríamos egoístas se acumulássemos
comida enquanto outros passavam fome.” (RACHELS, 2004, p.108). “Não há qualquer
inconsistência em desejar que todos, incluindo nós mesmos e os outros, sejam felizes.” (RACHELS, 2004, p.109) “Podemos por
vezes ajudar os outros com custos mínimos, ou mesmo nenhuns, para nós próprios.
Nessas circunstâncias nem mesmo o mais forte interesse próprio nos impede
necessariamente de agir generosamente.” (RACHELS, 2004, p.110)
Valores:
tolerância:
Tolerância: Deveríamos adoptar uma atitude de tolerância face às prácticas de
outras culturas? Todas?
Valor:
Maldade: “...concepção
não egoísta de maldade.” ?(RACHELS, 2004, p.128)
Valores: autonomia, compaixão, egoísmo,
erro, frustração, honestidade, respeito, sensibilidade, verdade, veridicidade,
Valores:
semelhanças e diferenças: Valores iguais em sistema de crenças diferentes podem ocasionar
costumes diferentes, portanto, não podemos concluir que necessariamente há um
desacordo quanto aos valores, porque os costumes diferiram. (RACHELS, 2004,
p.44).
Problemas: Conflito/controvérsia/desacordo: de crenças/fatos/coisas/sobre atitudes, de desejos/posições/ de atitude (uma
quer que aconteça algo que a outra não quer). Aborto: “No debate sobre o
aborto, as questões religiosas nunca estão longe do centro da discussão. Os
conservadores religiosos defendem que o feto é um ser humano desde o momento da
concepção, e por isso afirmam que mata-lo é na realidade uma forma de
homicídio. Não pensam que deva ser a mãe a escolher se quer fazer um aborto,
porque isso seria como dizer que ela é livre de cometer um homicídio. A premissa fundamental do argumento
conservador é de que o feto é um ser humano desde o momento da concepção. O ovo
fertilizado não é apenas um ser humano em potencial mas um ser humano de facto,
com direito pleno à vida. Os liberais, é claro negam isto – afirmam que, pelo
menos durante as primeiras semanas de gravidez, o embrião é menos que um ser
humano completo.” (RACHELS, 2004, p.92).; Adultério, Animais: comer vacas, tratamento
de animais não-humanos.; Anti-semitismo, apartheid,
Atividade sexual não relacionada com fazer meninos, circuncisão feminina, comer
os mortos, controle de armas de fogo, Crianças deficientes, Desigualdade
social, Direito à morte, divórcio, escravatura, Ética sexual, Eutanásia: “....ele
decidiu que não queria continuar a viver em tal estado. Sentia dores
permanentes.” (RACHELS, 2004, p.139), A eutanásia é ilegal em todos os países
ocidentais com exceção da Holanda.” (RACHELS, 2004, p.141), exposição pública
dos seios, Fome: “Todos os anos milhões de pessoas morrem por subalimentação e
problemas de saúde com ela relacionados. Um padrão comum entre crianças de
países pobres é a morte por desidratação causada por diarreias com origem na
subnutrição. O diretor executivo do Fundo das Nações Unidas de Apoio às
Crianças (UNICEF) estima que cerca de quinze mil crianças morram desta forma
todos os dias.” (RACHELS, 2004, p.115) “Para quem vive em países abastados,
isto coloca um problema grave. Gastamos dinheiro conosco mesmos, não apenas nas
necessidades da vida mas em luxos sem conta – em bons automóveis, roupas
elegantes, aparelhagens, desportos, filmes, e assim por diante. No nosso país,
mesmo pessoas com rendimentos modestos beneficiam de tais coisas. O problema é
que podíamos abdicar dos nossos luxos e, em vez disso, doar o dinheiro para o
combate à fome. O facto de não o fazermos revela que encaramos os nossos luxos
como mais importantes do que as suas vidas. Porque razão permitimos que morram
pessoas à fome quando poderíamos salvá-las?” (RACHELS, 2004, p.116), Homossexualidade:
gays e lésbicas, Idosos: “Também os
idosos, quando se tornavam demasiado fracos para ajudar a família, eram
deixados ao frio e à neve para morrer.” (RACHELS, 2004, p.35), infanticídio, masturbação,
Mulheres: O estatuto das mulheres, mutilação genital feminina. “De acordo com a
Organização Mundial de Saúde, a prática está disseminada por vinte e seis
países africanos, sendo em cada ano objeto de <<excisão>> dois
milhões de raparigas.” (RACHELS, 2004, p.48), Pena de morte, pornografia, Reprodução
assistida, sexo oral, Suicídio, assassinato, crueldade, discriminação, fraude, impostura,
logro, maldade, Maltratar, manipulação, mentira, perturbação, tortura
Bibliografia:
RACHELS, J.
Elementos de Filosofia Moral.Tradução F.J. Azevedo Gonçalves. Revisão
Científica: Desidério Murcho – Sociedade Portuguesa de Filosofia. Lisboa. Gradiva
– Publicações Ltda, 2004.