Filosofia: Ensino e Pesquisa

Direitos Fundamentais e Democracia!

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Poema do Militante - por Ademar Bogo




Não espere facilidade, nossa luta é cheia de sacrifícios...
Não espere privilégios. Os trabalhadores não privilegiam indivíduos.
Não esperem mordomias. Elas são propriedades de todo o povo.
Ser militante não é "levar vantagens". É perder o direito à ociosidade.
E a liberdade de falar bobagens.
Se não quiser ter seus passos vigiados. Muito bem...
Não caminhe. Quem não é visto, jamais será lembrado.
Não acreditem em quem quer fazer tudo. Este indivíduo só existe para si.
Nunca mentir para a gente mesmo. Sabemos onde está a nossa fraqueza.
Se a falsidade nos atrai ao erro. A verdade nos enquadra cedo ou tarde.
Ser militante não é ser estrela. Mas é ser parte do firmamento.
Construído com massa e com sonho,
Na terra firme do universo inteiro. Sem ser herói, mártir ou santo.
Mais sendo apenas um grande companheiro (a).

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Não passei no vestibular, e agora?




Queridos pai e mãe, 

Tudo bem com vocês?

Eu estou mais ou menos, mas com pensamentos positivos e esperando por dias melhores... Por favor, não reparem na minha letra, pois estou a escrever com a mão esquerda. A direita está engessada devido às fracturas que sofri ao cair de moto esta madrugada. O meu namorado, coitado, perdeu a perna e está a ser processado pela família da velhinha que atravessava a rua quando desrespeitávamos o sinal vermelho. Além disso, a mulher dele foi ao hospital fez um escândalo tremendo só porque há mais de uma semana que ele não vai a casa.

Eu, felizmente, só fracturei o braço direito e fiquei muito preocupada com o bem-estar do bebé, mas os médicos dizem que está tudo bem e que daqui a quatro meses serão avós. A única complicação que os médicos preveem é que o parto terá de ser uma cesariana devido ao herpes genital que contraí e que me incomoda desde o ano passado.

Outra preocupaçãozinha que tenho é uma dívida que me obrigou a vender o carro que me deram no Natal, mas mesmo assim não permitiu pagar tudo. Também tenho de pagar o exame de paternidade, pois o meu namorado alega que o filho não é dele, mas sim do irmão, que também é casado. Por causa de tudo isto, fui obrigada a derreter aquela medalha de ouro que era da avó e, com isso, só faltam 10 contos para eu acertar contas com aqueles credores mafiosos.

Fui injustamente acusada de contrabandear crianças para a Suíça e talvez tenha de passar uns meses na cadeia, devido à cocaína que encontraram no meu bolso após o acidente.

Mãe e pai, se ainda estiverem vivos, fiquem calmos. Isto é só uma brincadeira. A verdade é que não passei no Vestibular.

Beijos,

Sua filha Maria.


Autoria: Desconhecida

O Professor está sempre errado...




Quando...
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.

Não tem automóvel, é um coitado.
Tem automóvel, chora de ‘barriga cheia’.

Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.

Não falta às aulas, é um “Caxias”.
Precisa faltar, é ‘turista’.

Conversa com os outros professores, está “malhando” os alunos.
Não conversa, é um desligado.

Dá muita matéria, não tem dó dos alunos.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.

Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.

Chama à atenção, é um grosso.
Não chama à atenção, não sabe se impor.

A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances do aluno.

Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.

Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a ‘língua’ do aluno, não tem vocabulário.

Exige, é rude.
Elogia, é debochado.

O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, ‘deu mole’.

É, o professor está sempre errado mas, se
você conseguiu ler até aqui, agradeça a ele!



Autor Anônimo

Carta dos professores ao jovem estudante


Prezado jovem estudante,

Temos algumas coisas em comum. Estamos falando como alguém que já esteve em uma situação similar a sua, há alguns anos. Também já fomos jovens, já tivemos nossas peraltices e rebeldias, enfrentamos muitos problemas típicos da adolescência. Sabemos que ser estudante não é nada fácil também, ainda mais quando, diante de nós, temos professores que, ao invés de motivar, inovar, preparar de vez em quando uma aula diferente da sua convencional, só lhe expõe o mesmo e simples quadro negro de sempre.
Gostaríamos de saber, se seria possível trazer essa energia da juventude, suas experiências e saberes para que juntos transformássemos a vida da nossa escola? Como faria para usar seus esforços para se tornar mais rico culturalmente? Quais as suas perspectivas para o futuro? Aceitaria o desafio do diálogo para que a escola seja um ambiente interessante para todos?
Se aceita, vamos fazer da escola um lugar com significado, onde se ampliam os horizontes, na qual professor e aluno compreendam-se e trabalhem pelo mesmo ideal: viver e conviver bem em sociedade. Temos muito que aprender uns com os outros, afinal você na escola, na família, na sociedade, é cada vez mais, protagonista e atuante, um comunicador “antenado” nas mudanças sociais e tecnológicas, que anseia por elas, pois vive em um mundo cada vez mais globalizado. Você é esse jovem, com suas tribos, seus grupos e redes sociais, traz a característica de possuir uma energia capaz de fazer grandes mudanças. Tudo isso, pois cresceu numa época privilegiada, em que as tecnologias o cerca por todos os lados e você domina ferramentas que até nós, professores, muitas vezes somos leigos.
Preocupamo-nos muito com você, jovem estudante, por isso queremos repensar em nossa convivência na escola e sentimos a necessidade de uma interação maior e de um comprometimento de ambas as partes, com certeza todos ganharão com essa troca de experiências.
Para que isso se torne realidade, necessitamos sua resposta em forma de correspondência, o mais breve possível.
Agradecemos a atenção!
Autoria: desconhecida.

A Fábula do Porco-espinho: vida em grupo pede sacrifício.




Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio.
Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor.
Por isso decidiram se afastar uns dos outros e começaram de novo a morrer congelados.
Então precisaram fazer uma escolha: ou desapareciam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.
Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos.
Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.
E assim sobreviveram.


Moral da História:
O melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro, e a valorizar suas qualidades.



Autoria: desconhecida.

Sobre Gansos e Homens



Quando você vir gansos voando em formação “v”, pode ficar curioso quanto às razões pelas quais eles escolhem voar dessa forma: trabalho em equipe. A técnica deles pode auxiliar os humanos:

1. À medida que cada ave bate suas asas, ela cria uma sustentação para a ave seguinte. Voando em formação “V”, o grupo inteiro consegue voar pelo menos 71% a mais do que se cada ave voaria isoladamente.
Pessoas que compartilham uma direção comum chegam ao seu destino mais depressa e mais facilmente porque elas se apoiam na confiança umas das outras.

2. Sempre que um ganso sai da formação, ele repentinamente sente a resistência e o arrasto do ar por tentar voar só, e de imediato, ele retorna à formação para tirar vantagem do poder de sustentação da ave à sua frente.

Existe uma força, um poder e uma segurança em equipe, maior quando estes colaboradores estão na mesma direção com pessoas que compartilham um objetivo comum.

3. Quando o ganso líder se cansa, ele reveza, indo para a fim do “V”. Nesse momento, imediatamente um outro assume a ponta.

É vantajoso ter um revezamento dos integrantes da equipe, quando se necessita fazer um trabalho árduo.

4. Os gansos de trás grasnam para encorajar os da frente a manterem o ritmo e a velocidade.

Todos participantes de uma equipe necessitam ser reforçados. Apoio ativo e encorajamento dos companheiros traz encorajamento frente à dificuldades.

5. Quando um ganso adoece ou se fere e deixa o grupo, dois outros gansos saem da formação e o seguem, para ajudar e protegê-lo. Eles o acompanham até a solução do problema e, então, reiniciam a jornada os três, ou juntam-se à outra formação, até encontrar o seu grupo original.

A solidariedade nas dificuldades é imprescindível.

Autoria: Desconhecida



Vista Cansada - Otto Lara Resende



Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa idéia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.

Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.

Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.

Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima idéia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.

Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.



Texto publicado no jornal “Folha de S. Paulo”, edição de 23 de fevereiro de 1992.

A casa dos mil espelhos



Tempos atrás, em um distante e pequeno vilarejo, havia um lugar conhecido como a casa dos mil espelhos. Um pequeno e feliz cãozinho soube desse lugar e decidiu visitá-lo. Chegando lá, saltou feliz escada acima até a entrada da casa. Olhou através da porta de entrada com as orelhinhas bem levantadas e a cauda balançando tão rapidamente quanto podia.
Para sua grande surpresa, deparou-se com outros mil pequenos e felizes cãezinhos, todos com suas caudas balançando tão rapidamente quanto à dele. Abriu um enorme sorriso e foi correspondido com mil enormes sorrisos. Quando saiu da casa, pensou: “Que lugar maravilhoso! Voltarei sempre, um montão de vezes”.
Nesse mesmo vilarejo, outro pequeno cãozinho, que não era tão feliz quanto o primeiro, decidiu visitar a casa. Escalou lentamente as escadas e olhou através da porta. Quando viu mil olhares hostis de cães que lhe olhavam fixamente, rosnou e mostrou os dentes. Ele ficou horrorizado ao ver mil cães rosnando e mostrando os dentes para ele também. Quando saiu, pensou: “Que lugar horrível, nunca mais volto aqui”.


Autoria: Anônimo – Folclore Japonês

Manifesto Photo...stop!



1. Somos a favor de uma sociedade que exalte a beleza em todas as suas formas naturais, não aquelas geradas pela manipulação da realidade.
2. Basta de fingir uma perfeição que nunca é alcançada, e por isso faz tantas pessoas ao redor do mundo mergulharem numa busca insana por aquelas aparências que nunca existirão no mundo real.
3. Chega de modelos sem pintas, sardas, estrias, marcas de expressão, ou qualquer expressão. Não precisamos de bonecas. Precisamos de gente de verdade, cujas covinhas aparecem nas bochechas e a pele dos olhos se franze num sorriso.
4. Nada mais de outdoors com homens e mulheres que nem ao menos gastaram tempo na acadêmica em busca de formas ideais.
5. Sim à exposição dos defeitos físicos, porque é isso que nos torna humanos, não seres de plástico. Sim às gordurinhas a mais nas imagens, que, afinal quase todos possuem; sim à magreza natural, à baixa estatura, ou às machinhas de nascença que nos tornam únicos. E, principalmente, sim às marcas de envelhecimento, pois são elas que dizem que você viveu intensamente há pouco mais do que vinte anos.
6. O mundo em que vivemos é o da imagem digital, mas isso não significa que tenhamos de virar objetos digitais aos preparos de especialistas da informática. Defendemos sim o uso da manipulação da imagem, porém apenas para melhora da fotografia, e não para a criação de uma figura que não tem uma correspondente na realidade. Especialmente no que se refere às formas humanas.
7. É preciso que as pessoas saibam que admiram alguém que não é do modo como está retratado na imagem. Pois haverá sempre uma frustração ao olhar-se no espelho e, mesmo após dietas e exercícios, nunca conseguir um corpo igual ao da imagem, ou o rosto eternamente jovem de uma mulher de sessenta anos.
8. Assim, propomos a extinção do uso de programas como Photoshop para modificação de qualquer forma que seja da imagem. Desde a mínima redução de silhueta até as mais exageradas mudanças em uma pessoa, animal e, em alguns casos, objeto. Como, a exemplo do último, fotos perfeitas nas embalagens de doces de caixa que você, por mais esforço que faça e habilidade culinária que possua, nunca conseguirá imitar.
9. Não ao cabelo brilhante e impecável nos anúncios de xampu. Não ao rosto exageradamente liso e artificial. Não à falta de curvas reais. Não à manipulação da imagem. Não àqueles que acham que só é bel aquilo que não tem defeito. Não à distinção entre o que os olhos podem enxergar no plano real e aquilo que é exposto em cada minuto do dia, em jornais, revistas, cartazes e internet.


Autoria: Desconhecida